
Em uma iniciativa pedagógica que uniu aprendizado, cultura e história, 80 alunos das 1ª Séries “A”, “B” e “C” do Ensino Médio do Centro Educacional de Aracruz (CEA) participaram de uma aula de campo, organizada pelas professoras Fernanda Rodrigues Wolkartt e Dulcineia Ruy Nossa. O roteiro contemplou visitas ao Sítio Arqueológico São José do Queimado, em Serra, e ao Centro Cultural de Produção das Paneleiras, em Goiabeiras, Vitória.
A atividade, que contou também com o acompanhamento dos professores Leôncio Carlesso Guzzo e Anderson Casais, além da estagiária de Psicologia Ana Clara Oliveira da Silva, buscou complementar os estudos de História do Brasil e da formação da sociedade brasileira. Segundo a professora Fernanda Wolkartt, o objetivo principal foi “abordar a História e Cultura do Espírito Santo, destacando a herança cultural de matriz africana e indígena”.
História de resistência e cultura no Sítio São José do Queimado
No Sítio Arqueológico São José do Queimado, os estudantes conheceram um dos locais mais significativos da história capixaba: o cenário da Revolta do Queimado. Em 1849, negros escravizados se rebelaram após não receberem a alforria prometida pela construção da Igreja de São José do Queimado. Este evento tornou-se um marco na luta pela liberdade no Espírito Santo, com líderes como Chico Prego, João da Viúva e Elisiário.
A insurreição foi debelada com reforços enviados do Rio de Janeiro, resultando na condenação à morte de cinco líderes, dos quais apenas Elisiário conseguiu escapar, desaparecendo nas matas do monte Mestre Álvaro. O episódio é um marco de resistência contra a escravidão no estado do Espírito Santo.
Tradição viva: A arte das Paneleiras de Goiabeiras
Já no Centro Cultural de Produção das Paneleiras, os alunos do Ensino Médio do CEA testemunharam o processo artesanal de fabricação das icônicas panelas de barro, um saber transmitido por gerações há mais de 400 anos. Com origens indígenas, essa prática tradicional utiliza modelagem manual, queima a céu aberto e a aplicação de tintura de tanino.
As Paneleiras de Goiabeiras são majoritariamente mulheres, que perpetuam o ofício de geração em geração, sustentando mais de 120 famílias na comunidade. A fabricação é profundamente conectada ao território, integrando práticas de extração de barro pelos homens e modelagem pelas mulheres. A tradição das paneleiras está profundamente enraizada na história cultural e econômica do Espírito Santo.
Reflexões e aprendizado prático
Os estudantes das 1ª Séries do Ensino Médio do CEA, durante a aula de campo, foram divididos em grupos e incentivados a documentar temas como patrimônio cultural: preservação e degradação ambiental, sítios arqueológicos (ruínas e conservação), produção de panelas e acessibilidade. O material capturado pelos educandos foi utilizado, posteriormente, em atividades de diálogo na sala de aula, supervisionadas pela professora de História, Fernanda Rodrigues Wolkartt.
De volta à escola, as fotografias e observações registradas serviram de base para debates, confecção de materiais e uma exposição destinada à comunidade escolar. A atividade foi uma oportunidade de ampliar o entendimento dos alunos sobre a história e a cultura capixaba, promovendo reflexões críticas e criativas. Com essa experiência, o CEA reforça seu compromisso com uma educação que valoriza o aprendizado ativo e a conexão com o patrimônio histórico e cultural do Espírito Santo.
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